quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Nova Friburgo - RJ


Após a trip pela europa, fui convidado por meu amigo escalador Flávio "Pelé" a permanecer durante um fim de semana em sua humilde (de humilde não tem nada) casa na região de Nova Friburgo na presença dos também escaladores Diego do Grajaú e Guilherme Grilo, todos acompanhados de suas respectivas namoradas, além do Pedro Stabile que ficou de nos encontrar lá no sábado pela manhã.
Como só tinha visitado a cidade antes de ser contagiado pelo vírus "escalada", não tinha noção do quanto a região é abençoada pelos Deuses de preda, a não ser por fotos, vídeos, livros e revistas e imediatamente fiquei muito contente com o convite pois teria a oportunidade de conhecer mais um lugar incrível com escaladas de alta qualidade e níveis de dificuldade avançados, além da região ter importante participação no desenvolvimento do esporte no país.

Depois de devidamente descansar, acordamos no sábado e fomos ao encontro do escalador local Pedrinho, conhecido por nós como Pedro de Friburgo, que ficou de nos apresentar os picos do Parque de Furnas.
Ao chegar tiramos algumas fotos engraçadas, conversamos um pouco sobre algumas situações que estavam acontecendo no Parque e ficamos imediatamente surpresos em saber que deveria ser paga uma quantia em dinheiro para ter acesso as dependências. Fizemos algumas perguntas, choramos um desconto, explicamos ao que viemos e da onde viemos, mas não conseguimos nada e tivemos que pagar. No fim das contas achei bom, porque o local está sendo devidamente cuidado e também porque estava apenas de passagem.

Ao percorrer as trilhas, feitas por escadas de madeira entre árvores, pudemos observar algumas vias não acabadas até alcançarmos o setor conhecido como "Catedral" que abriga apenas a linda via chamada "Trem Fantasma", inicialmente cotada em 8a(fr) mas acrescida de uma extensão que a torna 8a+(fr), respectivamente 9c(br), 10a(br). A linha percorre uma fenda que inicialmente rasga a parte mais negativa da pedra até se tornar em um teto, cruzando toda a extensão da gruta e por seguinte domina pelo outro lado. Realmente incrível.


Como nosso intuito era apenas conhecer o lugar e mais adiante haviam outros setores com vias bem mais acessíveis, decidimos seguir até um setor que estava sendo pouco frenquentado (segundo escaladores locais) chamado "Tetos". Nesse setor há vias desde o 7º (br) ao 9º(br), vias pouco negativas até vias que passam por um teto doido, do tamanho de um corpo esticado, que termina poucos metros depois do domínio. Passamos o resto do dia nesse setor e nos divertimos bastante com as histórias e casos do Grilo, que sempre garante as gargalhadas com o mínimo de esforço.

Escalamos 3 vias que não me recordo o nome, mas que fizeram a cabeça da galera. Já no domingo, não contávamos mais com a presença do Grilo e nem do Pedro Stabile que resolveram descer para cumprir compromissos inadiáveis. Fomos então eu, Pelé e Diego para conhecer o Imperador, local onde há boulders e vias esportivas de fácil acesso. Ao chegar não encontramos ninguém, principalmente nosso amigo e guia local, o Pedrinho, então decidimos seguir adiante até alcançarmos o setor conhecido como "Queijos". 

Apesar da vegetação rasteira, a trilha estava bem fechada e demoramos mais que o esperado para chegar nesse setor, portanto, tínhamos pouco tempo para escalar, o que acarretou em apenas uma entrada para cada um na primeira via que encontramos. Foi legal, mas depois que descemos encontramos os locais escalando os boulders e fomos apresentados a eles, tivemos a certeza de que ali era o filé do local. Com rocha de boa qualidade e aturável abrasão, fizemos bastante força e garantimos o domingo finalizando com chave de ouro nossa expedição.

Por Bernardo Biê.  




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