sexta-feira, 26 de abril de 2013

tEW - Mont_rebei - Croquis

Seguindo post anterior, venho finalizar o assunto "Mont-rebei" com "croquis" de duas vias que me parecem muito boas... "Miedo a volar" e "Globeros en Alaska" são as duas opções que tenho em mente para escalar em breve e conhecer mais a parte da catalunia que parece muito perfeita ao sol da tarde...
       

 Desejo a todos uma boa "revisão" pessoal dos conceitos sobre o projeto e espero que possamos "caminhar" em paz pelas paredes mágicas da região...


Futur...a muerte...escalar es bell en sí mateix, i tot es possible...llibertat i respecte...tots hi cabem...
                                                "Tranki Tr"

"Globeros en Alaska"

 


Boas escaladas...

fonte/croquis: Desnivel

segunda-feira, 22 de abril de 2013

tEW - Mont_Rebei 2a parte


A escalada de MontRebei tem sua identidade, lugar de escalada tradicional, abertura desde abaixo e equipamento fixo mínimo. Os locais frequentadores tradicionais tentam fechar as "portas" para novos estilos de escalada e estiveram desequipando vias abertas com parabolts e expansores a pouco tempo. Na parede da Catalunia existem vias com proteções fixas e não entendemos o quanto seriam diferentes as duas paredes... Tivemos algumas críticas de anônimos quanto ao projeto do Chris no blog e penso que isso é mais um reflexo de um egoísmo e até mesmo falta de entendimento quanto a proposta da linha.

Tudo bem, entendo todas as "tradições" mas qual a diferença de 5 bolts para 20? Por que linhas tradicionais podem ter bolts em específicas "reuniões" ou "sessões" e uma linha totalmente em livre de extrema dificuldade não??? Sim ao "removable bolt", enquanto muitos deles continuam entalados e são como simples proteções fixas nesse caso?!  Lembrando que a linha não passa por nenhuma outra linha antiga ou projeto de outras épocas.

Localismo, autoritarismo ou mesmo tentativa de manter um padrão que nem existe mais, não fazem sentido perto da proposta criada...

É a parede mais incrível que pude imaginar sendo escalada. A linha foi criada a mais ou menos 2 anos e foi conquistada por Chris e Holger no estilo de progressão artificial em "removable bolts" e "cliffs", vindo de baixo e protegida posteriormente por bolts com chapas e muitas de suas sessões tem seu devido "ambiente" aéreo...

As cordadas são muito especiais, a primeira é um  6c+ de "fissurinhas" horizontais positivas em rocha cinza da melhor qualidade, cerca de 60 metros. A segunda e mais difícil segue uma placa pouco desplomada muito técnica na movimentação de pés que tem uma dificuldade entre 8a+/b até a base do "desplome" aonde começa uma sessão de boulder que fecha a graduação final em um possível 9a de bidedinhos rasos e agarras pequenas,sem pés, puro boulder. A terceira é um 8b bem curto de uns 20 metros e conta com lance de mono e se mostra com muito mais agarras que a 2a cordada. A quarta eu diria que seria um boulder atrás do outro, começando com um movimento que dá vontade de ir a albarracin, cocal, ouropreto ou seja lá qual for o lugar só para treinar um pouco mais´para poder fazer o "mov", rs. Saindo desse boulder já entra em outro de invertidas e pés horríveis e depois uma placa bem técnica aonde os pés são maiores que as mãos.

A quinta, haha, a quinta é a do Pedrão. Essa é demais, o "bote zela" vem logo no começo depois de fazer uns 8 movimentos de aproximação fáceis. O bote é assim, um bidedo mini de esquerda, uma invertida pequena de direita, sobe pés , a mão esquerda de bidedo mini passa para "polegar", sobe pé esquerdo novamente quase na barriga e o próximo movimento é olhar e dizer, trava!!!...rs... É muito longe!! A agarra de chegada é até boa mas, deve estar mais que 2 metros e pouco da agarra de saída. A cordada continua depois com alguns apertões e novamente sem pés, terminando com um diedro/fissura relativamente fácil perto de tudo.

Depois a sexta é como uma transição de agarras boas que nunca foi escalada pois se parece fácil e sempre esteve equipada com cordas fixas para acesso da sétima cordada. A sétima cordada é tipo aquela enfiada clássica brasileira de placa com regletes micros, saindo novamente por rocha cinza que sempre tem uma alta qualidade... Em quase todas as cordadas pode-se imaginar fazendo a mesma força como se faz nas vias "cabra da peste", "linha da vida" (primeira sessão dos apertões e pés nos olhinhos) , "mr.bill" e outras...Constante...

7a cordada. Foto: BrettLowell
fonte:http://sensepell.wordpress.com

Tudo isso, depois de muito trabalho, é nada menos nada mais que uma projeção de toda a história de escalada do Chris. Ele mesmo comentando diz ser uma linha que conta com todas as dificuldades, uma parede que conta com todos os estilos em um só lugar...Existem lances de boulder estilo "Albarracin, lances de placa estilo "Siurana", lances de "Bruixes" e muitos outros. Claro que não chega perto do grau máximo dele encadenado mas ele mesmo confessa ser quase "impossível" encadenar todas as cordadas no mesmo dia....

Foi muito especial poder acompanhar o processo de "retorno" a via, conhecer toda a região e é claro poder escalar um pouco da via. Fomos no total 5 dias e ele fez 99% de todos os movimentos e "link" de várias sessões, na segurança tinha a missão de tornar mais rápido possível todas as investidas e só escalava as partes mais fáceis com grande dificuldade e quando havia tempo. Trocamos altas ideias de estratégia para poder escalar a via em um dia e creio que aprendemos muito com tudo que rolou...É possível!!!

No final retiramos todo o material fixo existente na via ( cerca de 400mts de cordas fixas e muitas, muitas costuras), testamos todos os "rapéis diretos" e com certeza saimos da parede com a sensação de estarmos dando um passo adiante...

Próximo post: Croquis de outras vias clássicas de Montrebei.

Boas escaladas...