segunda-feira, 20 de julho de 2009

Ouroboulder 2009

Depois de uma semana empolgante com surpresas agradáveis e após mais de dois anos sem praticar a modalidade de escalada conhecida como "boulder" ou "bloco" (datam em meus registros exatos 30 meses desde a última vez que fiz um problema de boulder), parti em direção a cidade de Ouro Preto em Minas Gerais para o evento anual consagrado como Ouroboulder, que acontece durante o Festival de Inverno local e conta com a presença de escaladores de diversos Estados.


Como nunca fui de fazer boulder e muito menos de viajar para tal propósito, não sabia muito o que esperar. Além de estar totalmente de cabeça feita após ao que aconteceu na semana anterior, meu intuito era confraternizar e aproveitar a oportunidade para unir ainda mais a galera da escalada nacional, como um intercâmbio de cultura de subidores de predas, conhecer mais um pico alucinante e fazer novas amizades.

Com uma enxurrada de blocos espalhados pelos arredores, qualidade ímpar de predas classificadas em sua maioria como quartzito de coloração vermelha alaranjada, tetos e negativões bem definidos lotados de possibilidades e problemas, dotado de agarras "faquentas" com abrasividade perfeita num meio termo entre aderente e cortante, problemas para todos os níveis de dificuldade, Ouro Preto é considerado um dos melhores lugares para a prática de boulder do Brasil. Lembrando-me em diversos aspectos os famosos boulderes que vemos em filmes de escalada que se passam em picos consagrados como Hueco Tanks nos EUA, a sensação que tinha era de estar em outro país, inclusive comentei com meus amigos que também estavam com essa mesma sensação.


Satisfeito por ter conhecido esse lugar incrível e muito motivado para retornar a praticar essa modalidade. Antes mesmo de terminar o evento e chegar a hora de voltar para casa, já fazia planos para retornar e finalizar as pendências que deixava nesses poucos dias de diversão. Em breve estarei fazendo nova visita a esse pico alucinante de boulder e, quem sabe, mais "comprometido" com os inúmeros desafios que lá aguardam para serem subidos.




A galera local e os organizadores do evento estiveram de parabéns por tudo: hospitalidade, informações, disponibilidade, betas dos movimentos e parceria agradável, sem contar a carona da subida e descida do Morro de São Sebastião que economizou as forças para frenéticas e incansáveis tentativas nos problemas de boulder.


Para quem não sabe do que se trata ou é novo nesse universo, descolei uma definição do Sr. Wikipedia explicando em detalhes as características e peculiaridades dessa modalidade de escalada:

"O boulder é uma das modalidades da escalada em rocha, praticada sem o uso dos equipamentos de segurança como cordas e mosquetões.

O boulder consiste em escalar pequenos blocos de pedras, geralmente com altura não superior a 6 metros, onde os movimentos para finalizar o boulder são geralmente de extrema dificuldade técnica e exigem força.

Outra particularidade do boulder é que as vias feitas nesses blocos de pedras são chamados de "problemas" ou "problemas de boulder", diferente da escalada tradicional ou esportiva onde temos "vias".

Para a prática de boulder é necessário sapatilhas, carbonato de magnésio (para as mãos) Crash Pad (colchão de espuma) e um segurança de corpo (alguma pessoa que escore o corpo do escalador).

O segurança de corpo é uma pessoa cujo o papel é fazer com que o escalador caia em pé em cima do crash pad (colchão de espuma), isso dá-se pois muitas vezes o escalador pode cair de mau jeito e mesmo em cima de um crash pad ele pode se machucar."

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Boulder

Fotos: Manuela Martins

Vídeo: Arquivo pessoal



Por Bernardo Biê