sábado, 29 de dezembro de 2012

Brasil Vertical - por Felipe Camargo

Para fechar 2012 com chave de ouro para a escalada brasileira, acaba de sair do forno o mais novo filme do escalador Felipe Camargo "Pikuira". Campeão brasileiro na modalidade boulder 2012, primeiro atleta do Brasil a escalar uma via cotada em 11c (9a fr), dentre diversos outros feitos, Felipe acaba de lançar o filme "Brasil Vertical" que apresenta as vias esportivas mais difíceis do país sendo escaladas por ele ao longo desse ano. Além de escalar, ele próprio produziu, filmou e editou o filme de forma independente com a ajuda da família, de amigos e de seus patrocinadores, mostrando mais um talento além da escalada.

Parabéns pela iniciativa e pelo ótimo trabalho!


segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Alinhamento de planetas

"Agora, chegou a hora! Parece ser o momento perfeito para pararmos tudo e repensarmos todas as nossas atitudes. Acho que chegou a verdadeiro momento de deixarmos tudo para trás, com consciência, resolvendo de uma vez todos nossos questionamentos. O tão esperado alinhamento de planetas, é agora, está acontecendo. Todas as histórias de "fim do mundo" ou "calendário maia" na verdade parecem ser essa "erupção" de sentimentos, "lembranças sólidas" que afloram, transformando nossa delicada e profunda alma, nosso verdadeiro ser. Deixo um pouco do meu sentimento, algo que encontrei em algumas páginas de um "presente", um livro. Como sempre fica meu "convite" para a escalada da vida, para mais uma de várias ascencões que estão por vir; e se não somos é hora de mudar. O momento chegou..."


Não me interessa como você ganha seu sustento
quero saber qual é o seu anseio
e se você assume sonhar em satisfazer o desejo ardente
do seu coração.
 
Não me interessa sua idade
quero saber se você se arriscará parecer idiota
por amor
pelo seu sonho
pela aventura de estar vivo.
 
Não me interessa quais planetas estão em quadratura
com a sua lua...
quero saber se você tocou o âmago da sua própria mágoa
se você se abriu para com as traições da vida
Ou se você secou e se fechou
no temor de mais sofrimento.
 
Quero saber se você é capaz de encarar a dor
minha ou sua
sem se mover para esconde-la
Apagá-la
ou consertá-la.
 
Quero saber se você sabe estar com alegria
minha ou sua
se você sabe dançar de maneira selvagem
sem nos advertir para que
sejamos cuidadosos
sejamos realistas
lembremos das limitações do ser humano.
 
Não me interessa se a história que você está me contado
é verdadeira
quero saber se você consegue
desapontar alguém
para ser verdadeiro com você mesmo
se você consegue suportar a acusação de traição
sem trair a sua própria alma
se você consegue ser desleal e portanto digno de confiança...
 
Quero saber se você consegue ver a beleza
mesmo quando não é bonita
todos os dias
e se você consegue brotar a sua própria vida a partir
da sua presença.
 
Quero saber se você consegue viver com o fracasso
seu e meu
e ainda assim estar à beira de um lago
e exclamar para o prateado da lua cheia
"Sim!"
 
Não me interessa
saber aonde você vive e quanto dinheiro tem
quero saber se você consegue levantar-se
após a noite de mágoa e desespero
exausto e machucado até os ossos
e fazer o que tem de ser feito para alimentar as crianças.
 
Não me interessa quem você conhece
ou como aconteceu de você estar aqui
quero saber se você permanecerá
em meio ao fogo
comigo
sem recuar...
 
Não me interessa aonde, o que ou com quem
você estudou
quero saber o que o sustenta
por dentro quando todo o resto se desfaz.
 
Quero saber se você consegue estar só
com você mesmo
e se você realmente gosta da sua companhia
nos momentos vazios...
 
 
"Convite - Ãsana e Lesões em Astãnga Yoga"
Matthew Vollmer

domingo, 9 de dezembro de 2012

Declaração da FEMERJ sobre acidente no Pão de Açucar

A Federação de Montanhismo do Estado do Rio de Janeiro (FEMERJ) vem pelo presente apresentar algumas informações relacionadas ao acidente fatal que ocorreu no dia 2 de dezembro de 2012, na via denominada CEPI, situada na face oeste do morro do Pão de Açúcar, que vitimou o escalador Bruno Mendes da Silva.
A Via CEPI foi conquistada em 1952, quando as vias eram predominantemente equipadas com cabo de aço: as “vias ferrata”. As aberturas de vias ferratas eram comum até década de 60, quando os equipamentos disponíveis limitavam a escalada livre às fendas mais largas e chaminés. Desta forma, as vias em cabo de aço eram a opção para os paredões rochosos. Com o desenvolvimento dos equipamentos e da técnica de escalada em livre sobre a rocha, as conquistas em cabo de aço vão sendo abandonadas e as vias ferratas começaram a ser substituídas já na década de 60. A via CEPI segue um trajeto de cerca de 220m de extensão, tendo sido a terceira via conquistada que dá acesso ao cume do Pão de Açúcar, e acumula a maior quantidade de acidentes em vias de escalada deste morro. O primeiro acidente foi registrado ainda em 1952, com dois óbitos.
A menor exigência técnica de uma via ferrata acaba atraindo outro perfil de frequentadores para a via CEPI, propiciando a ascensão de pessoas muitas vezes sem experiência e/ou equipamento adequado que se aventuravam por essa via, aproveitando-se da falsa sensação de segurança que o cabo proporciona, essa situação acabou levando a ocorrência de acidentes fatais. Esta situação motivou, no final da década de 90, a substituição dos primeiros sete metros do cabo de aço por um artificial fixo, obrigando, assim, o uso de equipamento de segurança e conhecimento técnico por aqueles que subissem por esta via. Essa ação fez com que os acidentes diminuíssem drasticamente, não havendo registro de acidentes fatais até o último domingo.
Assim como qualquer via de escalada, o CEPI (“via ferrata”) também exige uma manutenção constante – manutenção esta realizada pela comunidade de escaladores, assim como em outras partes do mundo. A última manutenção do CEPI que se tem registro foi em 2011 e, previamente, em 2009, quando foi trocado o segmento de cabo de aço dos últimos trechos, incluindo o trecho horizontal do último esticão.
Com o intuito de entender o que aconteceu e poder prevenir próximos acidentes similares, a FEMERJ está analisando os fatos ocorridos, e as melhores informações disponíveis até o momento são relatadas abaixo.
O acidente que culminou com o falecimento do escalador Bruno Mendes da Silva ocorreu entre as 13:00 e 14:00hs do dia 2 de dezembro de 2012. Bruno havia escalado com Andrea Pereira a via dos Italianos, também na face oeste do Pão de Açúcar, e continuado pelo cabo de aço da via CEPI com a intenção de chegar ao cume da montanha. Pelo que foi relatado por conhecidos dos escaladores, ambos possuíam treinamento em escalada e conhecimento de seus procedimentos básicos de segurança. Quando faltavam menos de 50 metros para o final da escalada, o cabo de aço que Bruno estava escalando sofreu uma ruptura, e ele caiu todo o comprimento da corda, cerca de 70 metros (comprimento ainda não confirmado).
No próprio dia 2 de dezembro, uma equipe da FEMERJ composta por dois guias da Associação de Guias, Instrutores e Profissionais de Escalada do Estado do Rio de Janeiro (AGUIPERJ), fez uma inspeção no local e constatou que houve de fato uma ruptura do cabo de aço da via CEPI, no início da última horizontal, a menos de 50 metros do cume. Neste trecho, o cabo é mais fino e estava coberto com uma mangueira plástica, sendo que a última manutenção ali foi realizada em outubro de 2009.
Segundo relato de Andrea Pereira, ela estava em um grampo abaixo do início da horizontal do cabo de aço. Bruno escalou esse trecho, se utilizando do cabo de aço e sem costurar nenhum grampo, nem o direcional na parada, com a segurança montada com um freio ATC. Apesar de um gri-gri ter sido utilizado como método de segurança na via dos Italianos, no CEPI, Bruno havia solicitado Andrea para utilizar o ATC para que agilizasse a segurança. Ao chegar no trecho em horizontal, entre 4 a 6 metros acima de Andrea, o cabo de aço se rompeu e Bruno caiu, em fator dois. Cabe ressaltar que, segundo relatos, Bruno pesava pelo menos 90 kg e a corda utilizada era nova, sendo que era a 2a vez que estava sendo utilizada. O freio – ATC – que estava no baudrier de Andrea se deslocou para baixo, seguindo o trajeto da queda. Com o movimento e o impacto da queda de fator dois, a corda correu no ATC, queimando a mão de Andrea. Bruno, então, caiu o comprimento total da corda.
No dia 05/12, dois escaladores, sendo um representante da FEMERJ, deram apoio à vistoria de perícia da Polícia Civil no local do acidente, quando foi retirado o trecho do cabo onde houve a ruptura para análise e foi realizada a interdição formal do CEPI, ambos pela própria Polícia. Foi colocado, também pela Polícia, um aviso na base da via sobre a interdição.
A FEMERJ solicita que não se escale a via CEPI até a liberação da mesma pela polícia. Após a liberação, recomendamos que se redobre a atenção para a avaliação do cabo, conforme os alertas existentes desde 2009 sobre o assunto no site oficial da federação (http://femerj.org/noticias/noticias/183-femerj-fixa-placas-de-alerta-na-via-cepi-e-na-face-norte-do-morro-da-urca) e que se utilize procedimentos de escalada em livre para segurança nesta escalada, costurando a corda. Lembramos que cabe a cada escalador avaliar o estado das proteções fixas (chapeletas, grampos, cabos de aço, etc.) ao escalar, bem como realizar treinamentos constantes de segurança.
A FEMERJ continuará acompanhando o desdobramento dos acontecimentos e, como usualmente, se encontra a disposição para qualquer esclarecimento a respeito das práticas do montanhismo. Destacamos que a segurança em escalada é ditada, largamente, pela formação do escalador e sua experiência. Porém, ressalta-se que todos, independente da formação e experiência, estão sujeitos a acidentes, pois a escalada em rocha é uma atividade com riscos inerentes e pode ocasionar lesões, incluindo a morte. Seus participantes devem ter conhecimento dos riscos envolvidos, minimizá-los e, por fim, aceitá-los, sendo responsáveis por suas próprias escolhas, ações, decisões e, consequentemente, sua segurança.
Lembramos que cada escalador e montanhista deve ser responsável por escolher seus próprios desafios e seu nível de comprometimento de acordo com sua experiência e capacidade técnica, tornando-se responsável por sua própria segurança. Esse é um dos princípios mais intrínsecos ao montanhismo e está declarado no documento Princípios e Valores do Montanhismo Brasileiro (CBME, 2012, que pode ser visualizado e baixado de:http://femerj.org/sobre-a-femerj/nosso-posicionamento/principios-e-valores-do-montanhismo-brasileiro.
Concluímos enviando nossas condolências e pesares à família de Bruno Mendes da Silva e se solidarizando com a dor de Andrea Pereira nesse momento tão difícil.
DIRETORIA DA FEMERJ

Fonte:
FEMERJ e Focanoclimb.com

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A busca fanática...


Vem chegando o verão, vem chegando o inverno. Em poucos dias chega a tão esperada "temporada" de escalada em rocha. No hemisfério norte impacientemente as pessoas esperam desde o inverno passado boas temperaturas para provar seus incríveis projetos. Aqui no hemisfério sul não é diferente, neste exato momento uma multidão de pessoas migra para o extremo sul do continente a fim de encontrar "janelas" para suas exigentes "investidas".

...A ansiedade e euforia tomam conta...

É nesse período que a natureza colabora com a escalada, eu diria, é nesse período que ela permite que nós humanos sejamos capazes de vivenciar momentos únicos em ambientes extremos de montanha, seja atingindo um cume no desejável Fitz Roy ou até mesmo clipando um final de "batalha" que parece não ter fim nas paredes perfeitas da Catalunia. Estes locais carregam uma energia incrível de superação, locais de verdadeiras "batalhas" pessoais aonde todo o "cosmo" parece desfrutar, brincando com a infantilidade humana em querer controlar toda a “natureza”. Como nós relacionamos e como vivenciamos estes "momentos" ou "janelas" de bons ventos e oportunidades faz toda a diferença, a energia com que se "entra" em campo é quase tudo.

...Olhar para a parede muitas vezes é mais importante que olhar para a trilha, "nem é tão alto assim"... 

Cabeça erguida e confiança no verdadeiro "guia" traz a calma e paz necessária para poder junto com a natureza fazer a tão especial "mágica" de conquistar “cumes” de consciência. E o mais engrandecedor é perceber enquanto tudo acontece, que somos apenas míseros espectadores. Tudo acontece muito rápido...

Desde que voltei da Europa (2a EuroTrip) vinha depositando toda a energia em encontrar algum "caminho" para escalada seguindo a linha em divulgar e explorar novas escaladas pelo País. O blog passou a ser uma grande ferramenta atingindo pessoas de vários países, divulgando a escalada local. O Biê se concentrava no projeto “MONTANHISTAS” para o canal Off desde o começo do ano (2012) em companhia do Hugo ( Projeto este que resulta no primeiro programa para grande massa do país - TV ) atingindo o público com imagens surreais das escaladas e vôos nas montanhas do estado do Rio de Janeiro. Nesse período acabei direcionado a passar um tempo com minha família em busca de trabalho para novamente economizar grana para futuros projetos e acabei morando um tempo em Brasília, claro que também aprendendo um pouco mais sobre a arte de bouder com quem sabe do assunto...(www.pedroraphaelclimb.blogspot.com 

Por fim alguns "vislumbres" sobre conquistas de altas paredes no Brasil somado com a idéia de não acreditar no “sistema” faz recomeçar outra “espiral” em direção à verdadeira fonte de alimento, o"climb". Os caminhos vão seguindo, se cruzam e voltam ao mesmo ponto. A "cordada" se separa mais uma vez em busca de mais conhecimento; Biê segue para o começo de uma nova temporada de “MONTANHISTAS” na Argentina e sigo então para mais uma temporada nos paredões de continuidade da Espanha. Quem sabe estamos indo em direção aos reais valores de cada um e que ao fim se completarão. Tudo está perfeito, a temporada, a temperatura, as datas, as duplas, os lugares, as vias... 

Desejo FORÇA a todos nós montanhistas que buscando nossos “reflexos” em cada “passada” e nossas “verdades” em cada “cume”, encontramos a pura essência de nossas vidas...  

“Tocaaa”...

......http://www.youtube.com/watch?v=HMIwScW0Fdc


 

domingo, 11 de novembro de 2012

Repetição da via "Canino Cascudo" na Pedra Hime


Localizada no Parque Estadual da Pedra Branca, em Jacarepaguá, a Pedra Hime se destaca ao longe devido a sua verticalidade, sendo a principal característica da face que é situada a via "Canino Cascudo".  A formação da Pedra Hime lembra um pouco o Pão de Açúcar, algumas características da via remetem as escaladas do Totem, principalmente pela inclinação que em alguns pontos chegam a atingir ângulos negativos.

Bernardo Biê na primeira enfiada da via "Canino Cascudo" - foto: Felipe Dallorto.

Até onde se sabe essa é uma via muito pouco frequentada, talvez poucos escaladores se interessaram em repeti-la. Isso era visível devido a quantidade de teias de aranha espalhadas pela via. Por esse motivo decidimos fazer um croqui detalhado para que outros escaladores se motivem a frequentar essa parede alucinante.

Bernardo Biê na terceira enfiada da via "Canino Cascudo" - foto: Felipe Dallorto.

Começamos nossa empreitada partindo de ônibus da Barra até o centro da Taquara onde pegamos uma van até a comunidade da Ilha do Sapo, que fica nos arredores da Pedra Hime. De lá demos início a caminhada que leva entorno de 40 minutos até a base da via. A trilha é bem sinalizada com trechos que passaram por recente manejo e manutenção pelos integrantes da U.E.J. (União dos Escaladores de Jacarepaguá.), mesmo assim há trechos onde a trilha parece fechar um pouco dificultando a orientação na parte final.

Felipe Dallorto na quarta enfiada da via "Canino Cascudo" - foto: Bernardo Biê.

A via começa ao lado esquerdo de uma árvore e segue muito bem protegida por grampos de meia polegada, o que torna a navegação bem óbvia. O primeiro lance para proteger o primeiro grampo exige atenção, além de ser o crux da enfiada (A0/8a), desse ponto em diante a via segue por um lindo diedro graduado em 7c. A segunda enfiada é bem curta, da parada não é possível ver o segundo grampo porque ele está escondido, o terceiro grampo fica muito a esquerda fora da linha da via, obrigando o escalador a sair da linha das agarras mais sólidas para proteger o lance. Esse ponto requer uma boa leitura e bastante atenção ao pêndulo ocasionado por uma possível queda.

Felipe Dallorto na horizontal da quarta enfiada da via "Canino Cascudo" - foto: Bernardo Biê.

Na terceira enfiada a via perde inclinação seguindo por uma incrível canaleta amarelada. A medida que o escalador ganha altura as agarras vão se tornando menos sólidas e nesse ponto já é possível usar proteções móveis caso julgue necessário. Na quarta enfiada a parede volta a ganhar inclinação, chegando a ficar negativa depois da sexta proteção, onde começa a sequência do segundo crux da via cotado em 7b. Vale ressaltar que para proteger o primeiro grampo dessa enfiada é preciso passar por um lance desconfortável.

Felipe Dallorto no final da quinta enfiada da via "Canino Cascudo" - foto: Bernardo Biê.

Apesar de não parecer, na quinta enfiada a via alivia a medida que o escalador avança em direção ao cume, sendo possível a utilização de proteções móveis em alguns trechos, principalmente antes da horizontal. As últimas enfiadas são curtas, existindo a possibilidade de emenda-las até o cume, já que lá tem uma parada dupla que é o final da via "Canino Sampaio".

Bernardo Biê e Felipe Dallorto no cume da Pedra Hime, Jacarepaguá.

Do cume a descida é feita por trilha. Caso seja necessário rapelar pela via é bom ficar atento as horizontais. O melhor horário para começar a escalar é a partir de 13h, que é quando a via começa a ficar na sombra. O tempo de duração pode variar de acordo com a velocidade da dupla de escaladores. Apesar da via ser muito bem protegida (o que facilita a orientação), vale ficar atento em caso de queda, principalmente na primeira enfiada onde existe a eminência de cair no chão antes de proteger o primeiro grampo, e na quarta enfiada onde o primeiro lance é esquisito em agarras duvidosas.

Croqui da via "Canino Cascudo" na Pedra Hime, Jacarepaguá.

O livro de cume da Pedra Hime fica escondido embaixo de uma laca invertida, perto da parada dupla que sinaliza o final da via "Canino Sampaio".




 Por Bernardo Biê

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Panamericano de escalada 2012

Vai acontecer, na Venezuela, no dia 07/11 a 11/11, a única etapa do Pan-americano de Escalada organizado pela IFSC, entidade mundial que organiza as competições oficiais do esporte, e pelo Comitê Olímpico Venezuelano. A competição será realizada na cidade San Juan de Los Morros, e conta com a especial participação de nosso grande amigo e parceiro Pedro Raphael de Medeiros. É a primeira vez que ele participa de uma competição fora do Brasil e esperamos uma grande repercursão com sua incrível escalada. Passando um tempo em sua companhia posso dizer que a positividade e disciplina vêm sendo a mistura que dá força e motivação para os desafios alcançados até hoje. Estamos torcendo por você Pedrãoo!!!

Mais infos:
http://pedroraphaelclimb.blogspot.com.br/ 

Acompanhe a competição:
http://irdeg.com.ve/noticias/HD.html




sábado, 27 de outubro de 2012

Brasil Vertical - O Filme

O escalador Felipe Camargo "Pikuira" lança no final desse ano o filme "Brasil Vertical". Campeão brasileiro de 2012, considerado o melhor escalador esportivo da história do país e um dos melhores do mundo, Felipe explora os melhores setores de escalada esportiva mostrando as primeiras ascensões das vias mais difíceis do Brasil.

Felipe Camargo "Pikuira" escalando a via "Sinairo" 10c, na Gruta de Passa Vinte, MG - foto: Bernardo Biê.

O intuito principal do filme é mostrar o que o Brasil tem a oferecer de melhor na modalidade da escalada esportiva, colocando de vez o país no mapa da escalada de alta dificuldade mundial. Além da impressionante performance do atleta em vias que vão de 10b (8b fr) até o 11b (8c+ fr), o filme também mostra a capacidade de Felipe em produzir vídeos de alta qualidade técnica.

Em breve o filme será lançado gratuitamente para download!






quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Promoção 4Climb - Cadena em Dobro

Falta menos de 1 semana para finalizar a emissão dos cupons da promoção “Cadena em Dobro”, onde você compra 1 Super Chalk leva o outro por nossa conta!

Como participar:

• Na compra de 1 Super Chalk você ganha outro Super Chalk grátis apresentando o cupom.
• Cadastre-se aqui (www.4climb.com.br), escolha a loja mais perto de você, imprima seu cupom e participe.
• O cupom deve ter o nome completo + RG + loja escolhida para troca.
• Somente um cupom por pessoa e é intransferível, somente o titular que pode retirar na loja física com apresentação do RG.
• Cupom valido para troca somente nas lojas cadastradas na promoção.
• Troca deverá ser feita entre os dias 01 de novembro a 30 de novembro.
• Cadastro dos cupons pelo site até dia 31 de outubro.

Lembramos que a promoção é fruto de uma parceria da 4climb com as lojas físicas distribuidoras de nossos produtos, portanto é valida apenas para troca nas lojas físicas.

Não percam essa oportunidade, cadastre-se já e garanta seu cupom!

Mais informações:

31 3023.5565
4climb@4climb.com.br

www.4climb.com.br

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

12a MOSTRA INTERNACIONAL DE FILMES DE MONTANHA


"No Ropes No Bolts" estreia nesta quinta feira dia 25/10 no cine Odeon na 12ª mostra internacional de filmes de montanha. Este filme foi produzido na meca do psicobloc e conta com altas imagens feitas por Felipe Dallorto, Flávia dos Anjos e Lucas Marques.

Serão exibidas imagens dos mais diversos setores e vias, algumas conquistadas por nós Brasileiros e outras clássicas como a "EJECTOR SEAT" e "LOSKOT AND TWO SMOKING BARRELS" na cova del diablo...

Foi incrível a vibração nessa trip, mais informações sobre tudo que rolou estão no post da "EUROTRIP", aqui nos loucosdepreda...

Agradeço em especial a dedicação do Felipe, filmando incansavelmente quase tudo que rolou na trip e Julio Blander (ACTION BRASIL) pela mágica da edição... ;)

http://www.filmesdemontanha.com.br/mostra_competitiva_2012.php?an=2012

domingo, 21 de outubro de 2012

Episódio 11 ¨Montanhistas¨ Canal Off - Irmão Menor do Leblon


No episódio 11 do programa Montanhistas pelo Canal Off, escalamos uma das montanhas que ainda não tinha a oportunidade de escalar e a que mais gostaria de conhecer dentro da cidade do Rio de Janeiro - o Irmão Menor do Leblon.

Os Dois Irmãos do Leblon são duas montanhas quase que coladas uma na outra, como o nome sugere a maior delas é conhecida como Irmão Maior e a menor delas seria o Irmão Menor.


Bernardo Biê na via "Marizel" no Irmão Menor do Leblon - foto: Divulgação Canal Off.

Ficamos em dúvida quanto a via que seria escalada, já que o dia estava muito atípico para a época do ano com sol forte, pouco vento e muito calor. A princípio qualquer via que resolvêssemos escalar naquele dia seria desconfortável, então optamos pela via ¨Marizel¨, uma linha bonita e pouco exigente fisicamente.

Começamos a trilha numa suadeira danada. Não soprava uma única brisa, o ar estava estático e quente. Apesar do calor, chegamos na base da via com bastante motivação para alcançar o cume. O Hugo ficou com a primeira enfiada, eu com a segunda e assim subimos em direção ao topo da montanha.


Bernardo Biê na via "Marizel" no Irmão Menor do Leblon - foto: Divulgação Canal Off.

Uma via realmente bem legal de escalar, com lances iniciais em uma parede preta onde as agarras pareciam bem quebradiças, passando por domínios de platôs entre partes mais verticais. Em geral é uma via mais prazerosa de escalar do que realmente uma aventura, mas que reune características bem interessantes, dentre elas o maravilhoso visual de um ponto estratégico da cidade.

Em pouco tempo ganhamos altura na parede, quase chegando ao ponto onde nos daríamos por satisfeitos (pelo fato de talvez não alcançar o cume devido), o tempo subitamente começou a virar. Muitas nuvens começaram a chegar por de trás da montanha mudando drasticamente a paisagem . O vento começou a
soprar forte de sudoeste e decidimos que seria melhor descer antes da chuva cair e molhar todo o equipamento de filmagem.

No fim conseguimos descer com segurança e ainda secos, mas em pouco tempo a chuva caiu com força confirmando que nossa intuição estava certa.

http://canaloff.globo.com/programas/montanhistas/videos/2160092.html

Por Bernardo Biê s s

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Episódio 10 ¨Montanhistas¨ - Dedo de Deus 100 anos

No episódio 10 do programa montanhistas comemoramos os 100 anos do montanhismo brasileiro escalando a montanha símbolo nacional, o Dedo de Deus.

A via escolhida não poderia ser mais significativa, subimos pela clássica Maria Cebola uma das mais frequentadas da montanha. Uma via que mescla caminhada, escalada em agarras e chaminés, sendo o acesso mais simples e direto ao cume. Realmente mais uma aventura do que qualquer outra coisa, dando idéia do estilo de escalar de outra era onde a mentalidade, os equipamentos e técnicas se diferenciavam muito dos dias atuais – fato que me inspira muito quando me proponho a repetir uma via como essa. Durante a escalada sempre penso nos escaladores de antigamente com suas cordas de cisal amarradas na cintura, subindo em galhos trazidos do chão para auxiliar nos lances mais técnicos, e todas as histórias de aventuras que surgiam dessas empreitadas consideradas heróicas, como foi a conquista do Dedo de Deus. É inevitável a comparação com o contexto do montanhismo atual. Hoje em dia as facilidades que o desenvolvimento do esporte oferece torna uma escalada como essa não tão heróica como outrora, mas isso é mais uma razão que me motiva.


Bernardo Biê e Hugo Langel no cume do Dedo de Deus - foto: Seblen Mantovani/Divulgação Canal Off

A aventura começa na rodovia que liga a cidade de Teresópolis ao Rio de Janeiro. É de lá que sai a trilha íngreme que dura aproximadamente 40 minutos até a base dos cabos de aço que caracterizam o início da escalada - pelo menos assim considero, já que é aconselhável o uso de equipamentos de segurança nesse trecho, podendo ser altamente arriscado a negligência desse fato.


Conquistadores do Dedo de Deus - foto: site do ICMBIO

Depois de subir boa parte da montanha pelos cabos de aço, chegamos até o ponto onde começa a via Maria Cebola. Entre trechos de caminhada, escalada, subindo pelas raízes das árvores, passando por dentro de buracos, arrastando o corpo pelas chaminés e ziguezagueando de um platô ao outro, ganhamos altura rapidamente e quando percebemos o maravilhoso visual atrás da gente já nos damos conta de que estamos próximos ao cume.

Nos últimos metros de chaminé chegamos ao ponto final da escalada, um grande platô com uma escada de ferro que dá acesso ao topo. Subindo a escada chegamos ao ponto mais alto da montanha, o cume do Dedo de Deus e sua incrível vista panorâmica. Sem muito esforço encontramos a urna que abriga o livro de cume. Nessa ocasião especial a urna e o livro de cume estavam todos decorados em comemoração aos 100 anos da conquista do Dedo de Deus, com fotos da época e alguns dizeres dos conquistadores sobre essa escalada que simboliza o montanhismo no Brasil.

Aproveitei a vista que estava deslumbrante, degluti um delicioso lanche vegetariano comemorando o final de mais uma escalada juntos. Assinei o livro de cume em nome de toda a equipe responsável pela produção do programa – os que escalam e, principalmente, os que não escalam (produtores, editores, finalizadores etc) - e começamos a organizar a descida.

Outra parte dessa aventura que fizemos questão de comentar foi o rapel, que contorna a montanha até voltar a trilha de cabo de aços pela qual subimos. Depois de descer a trilha em alta velocidade chegamos ao ponto onde tudo começou, prontos para a próxima aventura.

http://canaloff.globo.com/programas/montanhistas/videos/2149353.html

Por Bernardo Biê

domingo, 14 de outubro de 2012

Loucos de Preda no Esporte Espetacular

Foi no começo de maio que rolou a gravação do "Esporte Espetacular Psicobloc" a convite do nosso amigo e companheiro de escalada Felipe Dallorto. O intuito do programa foi mostrar um pouco do psicobloc já conquistado e projetos das Ilhas "Tijuca" e "Pontuda"; localizadas na costa do Rio de Janeiro. Fomos primeiro tentar os "projetos" na ilha voltada para o oceano e já de cara nos surpreendemos pela dificuldade e exposição das vias (fator de queda arriscado por pedras na linha da via). Depois seguimos para a "tijuca", que com sua pequena "baía" proteje e ofereçe condições clássicas para o psicobloc. Foi especial poder participar do programa e juntos tentar os tão famosos projetos da "Pontuda" que até então estavam apenas em nossas imaginações...Foi incrível !!!

http://globotv.globo.com/rede-globo/esporte-espetacular/v/vai-encarar-cris-dias-enfrenta-os-desafios-do-psicobloc/2188885/

sábado, 13 de outubro de 2012

Episódio 9 do ¨Montanhistas¨Canal Off - Torres de Bonsucesso



No episódio nove, fomos fazer uma aventura diferente. Ainda na região serrana do Rio de Janeiro, o destino foram as imponentes Torres de Bonsucesso cituadas na cidade de Bonsucesso.
 

Apesar de ser uma região muito conhecida pelas difíceis escaladas nas imensas torres de granito, a missão dessa vez era outra. O intuito era acompanhar o Hugo em um salto de wingsuite e a possível abertura de um novo local para saltar de basejump do cume da torre central.
 
Hugo Langel  saltando de basejump do cume da Torre Central - foto: Canal Off.

Iniciamos a bela caminhada que segue um longo trecho sob a mata fechada até alcançar a crista da montanha. Caminhamos devagar, com mochilas pesadas e toda estrutura necessária para ficar seguro e abrigado em caso de uma virada no clima - algo bem comum na região, apesar da previsão ser otimista naquela ocasião.

Bernardo Biê e Hugo Langel nas Torres de Bonsucesso - foto: Canal Off.

Ao alcançar a crista da montanha já era possível vislumbrar a maravilhosa vista que a região oferece. Devido a altura que estávamos podíamos ver grande parte das montanhas ao redor da cidade, que fica num grande vale. Podia ver as nuvens brancas se formando de um lado e outras bem cinzas sendo carregadas para o outro, como se fosse uma linha de produção.

Logo que chegamos no topo, deixamos nossas mochilas pesadas debaixo de uma pedra e seguimos alguns metros acima onde se encontra o cume da torre central. Lá deslumbramos um pouco a vista e percebemos que em pouco tempo a chuva iria cair onde estávamos. E não deu outra. Fomos forçados a descer debaixo de chuva e retornar no dia seguinte.

Acordamos bem cedo e a chuva parecia ter cessado durante a noite. Subimos novamente, mas dessa vez com menos peso fomos mais ágeis e logo alcançamos o cume. Segundo o Hugo estava perfeito para o salto de wingsuite, o vento não era forte e as condições estavam favoráveis. Começamos a nos preparar, armamos um rapel até o local do salto e rapidamente ele já estava trajado para a festa vestindo sua roupa de gala, impecavelmente inquieto e adrenado pelo fato de estar diante do abismo de 600 metros de altura.

Hugo Langel e Bernardo BIê nas Torres de Bonsucesso - foto:Canal Off.

Trocamos algumas palavras de incentivo, nos despedimos e: - iaba daba du...lá foi ele mais uma vez. Alucinante é o mínimo que pode ser descrito por quem fica lá em cima vendo o ponto preto rasgando o céu por algumas dezenas de segundos, até se tornar uma pluma levitante deslizando com segurança em direção ao solo. É tão adrenante que é um alívio ver o paraquedas funcionando como o esperado.

Apesar de tudo ter dado certo ainda não havia acabado. Descemos ainda de dia para descansar e retornar durante a madrugada aproveitando a calmaria da manhã, que costuma ter menos vento. Fizemos a trilha ainda a noite e aproveitamos para tirar um cochilo antes do Hugo realizar o salto inédito do cume principal da torre central. Assim que o sol saiu, arrumamos tudo e o Hugo já começou a medir os passos para o lançamento. Em 3 segundos ele começou a correr e se lançou no abismo. Diante de um lindo nascer do sol a aventura terminava ali. Agora era descer a trilha com todo o equipamento e chegar são e salvo em casa, pronto para a próxima aventura.




Por Bernardo Biê

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Terra Ronca - Nova escalada do Goiás - Brasil



     


             Tudo começou quando alguns amigos de Brasília comentaram sobre o lugar, em 2009 na serra do cipó. Depois de algum tempo fizemos uma visita de 1 dia apenas, logo após o evento de Boulder de Cocalzinho 2010.2 para reconhecimento da área. Haviam algumas vias (3 ou 4) antigas e não tínhamos tempo para escalar. O clima também fazia a formação rochosa parecer fraca devido a alta umidade.

Era difícil entender a proporção dos tamanhos em relação a outros lugares já visitados.
             
         Foi necessário dar todo aquele "rolê" pela europa para poder entender o significado de tudo que encontramos em Terra Ronca, voltando da viagem agora ficou nítida a imponência da escalada.  Por outro lado já imaginava ter algo assim pelo Brasil mas faltava viajar mais... Buscar fora do circuito SP, MG, RJ e Sul. Seria importante saber "classificar" as novas áreas ou setores encontrados para então decidir a viabilização de tempo/trabalho para abertura de vias...

Chegando lá pela segunda vez, outra impressão...



                 Existe muita escalada no local, a formação rochosa começa bem antes do Parque Nacional de Terra Ronca e vem margeando toda a estrada de terra que liga Guarani a São domingos, "Terra Ronca" fica localizada entre as duas cidades. São inúmeros setores a serem abertos, dos mais diversos estilos e tamanhos. "Imagino" ser algo em torno de 15 a 20 km de extensão o afloramento de calcáreo da região, divididos em blocos ou agrupamentos (ex. G3, G1, ...).






Chegamos e fomos direto para o principal setor que se chama "Terra ronca 1", aonde se localiza a pequena vila. A sequência mais lógica para conhecer bem o local é entrar pela caverna principal e ir seguindo a trilha que vai margeando o pequeno rio e que leva aos devidos setores, sendo eles: Terra ronca 1 , Setor Pesqueiro, Placa Norte e Sul, Tailândia e Terra ronca 2. Tudo isso é na verdade um vale formado pela corrente d'água que corta toda a terra...
Paredes incríveis!!! 

                                             





















Seguimos os dias escalando bem "tranquilos" nas vias antigas, terminando e provando "es brutal" de Pedro Raphael que se localiza ao lado esquerdo da primeira caverna e também desbravando qualquer rocha ou caverna que parecesse ter alguma possibilidade de escalada. O foco mais uma vez foi chegar e conhecer melhor o lugar, para avaliar e escalar com calma o que já haviam aberto e então abrir alguma nova linha. Detalhe importante a ser ressaltado é que ainda não existe autorização definitiva sobre abertura de vias e escalada no Parque Nacional da Terra Ronca. É necessário que a federação de escalada do respectivo estado junto aos escaladores locais (Bsb e Go), se movimente para uma negociação junto ao Parque. Recentemente houve uma "intervensão" por parte de responsáveis no local e está proibida a escalada e rapel nas cavernas. Fica a vontade...




                                                      "Es Brutal" 8b- 5.12b - 7b(fr)
      
           


O local com sua energia e pureza é capaz de alterar o "tempo" real... Alguns dias em paz e outros em excitacão e adrenalina, seja como for, tudo parece relacionado aonde estamos (corpo e alma) realmente. "Terra Ronca" trouxe muita paz e tranquilidade...

 

 

"Caverna Angélica"

Por ser um local intocado e muito visitado para prática de espeleologia, penso ser um local para ser "respeitado" e não apropriado para aberturas de vias. Agora a parte das bordas pode ser que não exista impacto significante para o local.
Formações psicodélicas...


"Borda externa" ou "testa central" da caverna.





 






Ramiro psicodelizando...









          Após a visitação/espeleologia na "Angélica" focamos na parte final da viagem que consistia em escalar na "Tailândia" e abrir uma linha na "Terra Ronca 2", que são os setores mais distantes.
Tailândia é um setor que vai deixar as pessoas com uma sensação especial. Não sei descrever mas imagino que a pequena praia no local misturada com a água corrente possa ser causadora desse estranho e maravilhoso sentimento, é a paz total...






                        


Por fim faltando 2 dias para o fim da viagem, estendemos uma linha no "segundo andar" e começamos a via "Loucos e tolos" no Anfiteatro, "Terra Ronca 2".


Terra ronca 2 - "Segundo andar" à esquerda e "Grande parede" à direita. 

Essa última conta com 3 cordadas curtas de aproximadamente 25mts e ainda está por abrir mais 3 cordadas para acessar o final da parede. Praticamente uma parede de escalada esportiva... O nome surgiu após o dia da abertura das 2 primeiras cordadas que foi praticamente feita em móvel ou diria laços nas "alças"da formação frágil e mais algumas chapas na segunda parte aonde era tudo podre ou relativamente de má qualidade. Foi aquela aventura!!! Mariela que acompanhava a abertura da via comenta:_é, deus protege os loucos e os tolos...dai o nome...rs.


"Grande parede" vista de baixo...

Foi uma brincadeira mas também o nome da via marca uma fase aonde errar já não é mais aceitável e o "louco" pode se transformar em "tolo"...rs

Muita atênção é necessária pois as agarras se quebram com facilidade e os boults nem sempre estão "solidos" na primeira parte. A segunda parte da parede (3a cordada) já conta com proteções totalmente sólidas e a via fica mais limpa. A primeira cordada é uma escalada em "saias" ou "cogumelos" que formam uma escada para acessar um pequeno platô. A segunda cordada, chorreiras, off-with e chaminé/tesoura. 

A via começa saindo da água com uma chapa para reunião/organização de equipo.

 



 
 
2a cordada.

 



 
A terceira é a mais difícil até agora e ainda não está finalizada, contando com lances em agarras pequenas em um negativo expressivo. 8a+? 8a? Ainda imagino faltar 3 cordadas para o fim da parede mas com o "impedimento" por parte do parque fica impossibilitado o término da via.


 
Sequência insâna dos tetos no segundo andar. Terra ronca 2.
 
Não foi e nunca será fácil viver o "sonho" de escalar em terra ronca, a distância e a "janela" de temporada será um dos fatores limitadores para o acesso da área, que por outro lado irá proteger o local e conservar o "ar" de paraíso. Desejo a todos uma incrível experiência um dia quem sabe escalando nos "desplomes" fanáticos desse templo perdido...

Que o sonho "terraronca" seja realizado!!!!

Boas Escaladas....