sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Episódio 6 e 7 "Montanhistas" Canal Off - Pedra do Elefante

De passagem pela Pedra do Elefante, estivemos no Abrigo do Elefante do escalador Ralf Cortês onde fomos experimentar as escaladas do local com o intuito de abrir um novo salto de B.A.S.E. jump. Empolgados com essa possibilidade que o Ralf sugeriu, um salto da Pedra do Elefante, fomos conhecer a região caminhando até a base da montanha. Aproveitamos para visualizar as linhas de escalada que dariam acesso ao ponto onde poderia surgir o salto, logo de cara vimos aquela coluna de cristal que serpenteava pela parede como que gritando para ser vista. Conversamos um pouco com o Ralf sobre a escolha da via, ele não demorou muito para perceber que fissuramos naquela coluna de cristal que depois viemos a saber que se chamava "Urutu". Ótimo nome por sinal, nada mais evidente do que o nome de uma serpente para aquilo que lembrava realmente uma serpente subindo pela montanha.

Bernardo Biê, Hugo Langel e Ralf Cortês escalando a via "Urutu" na Pedra do Elefante - foto: Seblen Mantovani / Canal Off

Logo cedo, seguimos para escalar a via "Urutu" e acessar o teto que fica depois da segunda enfiada da via para verificar as condições do possível salto que o Hugo e o Ralf visualizaram.

Quando chegamos na base da pedra fomos decidir quem seria o guia das enfiadas. Como nas outras escaladas tinha ficado com a maioria das enfiadas que queria guiar, dei ao Hugo a prioridade de escolher, sabendo que o que chamamos de "filé" (entende-se a melhor) seria a segunda enfiada - a tal coluna de cristal - sendo a primeira enfiada um acesso e a terceira enfiada aparentemente normal segundo aquilo que estamos acostumados a escalar, então a quarta enfiada o teto que é feito em artificial (técnica onde se sobe pelos equipamentos).

Como sempre, fominha toda vida, fiquei pertubando o Hugo para que eu fosse guiando a coluna de cristal da segunda enfiada e ele acabou cedendo, já que seu maior foco naquele momento era o salto. Foi uma boa estratégia para todos e a escalada foi alucinante para mim e para ele. O Hugo começou guiando a primeira, eu fiquei com a segunda e o Ralf mais uma vez deu aula de escalada na terceira enfiada. Depois de algumas horas estávamos na base do teto que caracteriza a quarta enfiada. Lá o vento não estava favorável, mesmo não sendo muito usual, deixamos os equipamentos de paraquedismo do Hugo na base do teto e fixamos as cordas para descer por elas e no dia seguinte subir sem precisar escalar até o ponto que paramos. E foi o que rolou, no dia seguinte lá estávamos jumareando pelas cordas fixas até a base do teto, onde escalei em artificial bem rápido para tentar acessar o ponto do salto e o Hugo chegar antes que o vento entrasse no vale. Tudo parecia perfeito, o vento não parecia tão forte e o Hugo estava super motivado para abrir aquele salto, mas não foi dessa vez, o vento não era forte mas segundo a avaliação do Hugo ele tinha uma direção muito perigosa podendo jogá-lo na pedra e como esse esporte não admite erros, Hugo decidiu deixar para uma próxima visita ao lugar a abertura dessa salto.

Descemos recolhendo as cordas fixas e todo o equipamento, resolvemos aproveitar o resto do dia experimentando os boulders e as escaladas esportivas do lugar com o Ralf e a Ana (esposa do Ralf). Quando chegamos ao local dos boulders, o casal estava tentando um boulder chamado "Seu vizinho". Bem técnico e difícil, só o Ralf conseguiu subir até o topo. Como a pele dos dedos já estavam bem desgastadas, resolvemos partir para conhecer uma via chamada "Tsá". Curta e grossa a via mais parecia um boulder de corda e ali acabamos de esforlar os dedos até sangrar. No fim do dia nos despedimos do Ralf, da Ana e do Abrigo do Elefante com a satisfação de escalar num dos melhores picos do Estado com um dos melhores e mais versáteis escaladores do Brasil, seguimos para a próxima aventura!

Por Bernardo Biê