terça-feira, 20 de outubro de 2009

Clássico Italianos com Secundo

Nesse último final de semana (21/09), depois do sábado dedicado aos projetos esportivos o domingo não poderia ter outro destino senão um passeio merecido. E para gastar as pontas das botinhas, já que as dos dedos não existiam mais, nada melhor que uma via de parede clássica como a via "Via dos Italianos" emendando com a última enfiada da via "Secundo Costa Neto", âmbas localizada na face sudoeste do Pão de Açúcar e denominada "Italianos com Secundo" (5º, V E1 D2 - 270m).


Apesar da previsão do tempo não ser das melhores para o Rio de Janeiro, partimos eu e Eduardo "Dudu" com o intuito inicial de escalar a via "Cavalo Louco" que fica logo a esquerda da via "Via dos Italianos", mas como o material móvel que dispunha não eram os propícios para os que são necessários em tal via, resolvemos tocar uma das vias mais tradicionais e agradáveis do Rio, aproveitando que o mau tempo espantara muitos dos quais lotam essa face da montanha nos fins de semana deixando as vias livres para optarmos.

A "Via dos Italianos" (5º, V E1 D1 - 100m*) conquistada em 1981 pelos brasileiros Mário Luiz Pimenta da Rocha Arnaud (CEB) e André Craveiro Ribas (CEC), âmbos com 17 anos na época, teve seu nome atribuído pela comunidade escaladora após ser confundida com a via "Cortina", esta sim, conquistada em 1975 por italianos em artificial utilizando pseudo-proteções (entende-se "toscas") com 0,7 milímetros de diâmetro e fixadas a cada 1,5 metros que logo foi desequipada pela dupla brasileira e escalada em livre, tendo suas proteções substituídas adequadamente.

Saimos do chão com o tempo aberto e sol escaldante, nesse momento ainda tinhamos a sensação de que iriamos "fritar" na parede, porém no final da primeira enfiada as nuvens e o vento forte começaram a invadir a região mudando drasticamente a paisagem.
Escalando tranquilamente, sem pressa, chegamos ao platô do final da via "Via dos Italianos" onde pode ser optado por fazer o cume pelo cabo de aço da via "CEPI" ou traçar uma horizontal para a esquerda até alcançar a última enfiada da via "Secundo Costa Neto". Ali encontramos com a ilustre presença do escalador Hilo Santana que vinha fazendo o "CEPI", trocamos uma idéia rápida e partimos ao ataque, já que o clima estava muito louco e parecia que uma tempestade se aproximava naquele momento.
Na última enfiada da via já era notável a alta humidade no ar, nariz escorrendo e cabelos molhados caracterizavam o que estava por vir. Mesmo assim decidimos parar por poucos minutos para lanchar no platô que da acesso ao cume, assim que alcançamos os 50 % do objetivo (50% é chegar ao cume e os outro 50% é o retorno para casa) notamos que tinha sido a conta exata para a chuva cair. O grande diferencial dessa montanha é o fato de não necessitar de rapel para descer, já que pode ser feito confortavelmente de bondinho, e o melhor, grátis para aqueles que sobem por meios naturais como nós subidores de predas.



No fim, o domingo fechou com chave de ouro e com a alma lavada voltamos para casa ensopados. Felizes da vida e imensamente agradecidos por mais um dia incrível de escalada na cidade maravilhosa, aguardamos ansiosamente e com as mãos suando a oportunidade da próxima escalada.

Fonte: www.hangon.com.br

Por Bernardo Biê

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