Fala Galeraaa!!!! Esta é a primeira vez que escrevo desde que cheguei aqui na Espanha, tenho tanta coisa pra dizer... São tantas descobertas... Estou descobrindo coisas que já sabia, mas que de alguma forma precisava viver mais uma vez, sentir na pele e por fim ter certeza que por algum momento eu sabia muito mais que imaginava...
Desde que vim para Europa em 2008, foram tantos aprendizados... Escalei muita coisa que tinha como “sonho” e pude perceber que estava tudo muito mais perto. Aqui também aprendi muito sobre as pessoas e lugares. Oque mais me marcou aquele ano foi o quanto eu estava errado sobre minha “doação” para escalada. Tinha largado tudo e todos, faculdade, namorada, amigos... Tudo em troca da escalada 24hrs, “fulltime”, no fanatismo mais intenso que poderia existir.
Para ser mais direto no fim de tudo isso acabei vivendo um grande vazio quando não tinha mais oque valorizava tanto. Naquela época tive uma lesão (epicondilite) e não podia mais escalar, estava em ceuse e não podia escalar. Como estar no Havaí e não poder surfar...Aprendi muito... Também aprendi que certos momentos passam e que se não aproveitarmos as oportunidades elas simplesmente passam...
Para ser mais direto no fim de tudo isso acabei vivendo um grande vazio quando não tinha mais oque valorizava tanto. Naquela época tive uma lesão (epicondilite) e não podia mais escalar, estava em ceuse e não podia escalar. Como estar no Havaí e não poder surfar...Aprendi muito... Também aprendi que certos momentos passam e que se não aproveitarmos as oportunidades elas simplesmente passam...
...e as pessoas se transformam, até nos mesmos...
Depois quando voltei pude passar por diversos momentos únicos como os solos, algumas escaladas de parede, estar entre amigos super especiais... Foi incrível trabalhar as vias que tinha como sonho (coquetel, massa crítica, transamazônica sem fim...) e poder concretizá-las. Fizemos também um trabalho incrível com o muro na “sorima”. Levamos muitas pessoas para escalar e iniciamos o maior número de pessoas possíveis... Cada um no seu tempo...
"Visual do vale PNSO"
Finalizando minha estadia no rio de janeiro tive a honra de participar da conquista da via “NOVA ERA” com Hillo Santana e Diogo. Tudo aconteceu quando fiquei sabendo que seu parceiro Argentino teria sofrido uma lesão no joelho assim impossibilitando sua participação. Nesse momento me prontifiquei a ajudar Hillo. Era uma oportunidade incrível, um sonho, conhecer aquele lugar mágico com Hillo, pois ele conhece aquele lugar como ninguém e seria incrível poder aprender tudo sobre um dos lugares mais inóspitos do Rio de janeiro.
Chegando la pude perceber a imponência da parede e do vale. São 500 metros de parede vertical/negativa de granito/gnaisse quase todo tempo podre; e por isso as pessoas escalam a mais de 25 anos em artificial. Um vale que se forma cercado de parede por todos os lados com vista para a baixada fluminense. É simplesmente incrível e única a sensação de estar naquele vale escalando. Muita gratidão Hillo..."Hillo no platô do escorpião"
O vale conta com paredes incríveis e imponentes...Castelão, Dinossauros... São tantas escaladas possíveis neste vale e arredores, seria possível equipar todo o complexo do PNSO para receber um volume enorme de escaladores. Podendo-se comparar a grandes centros como GOURGE DU VERDON na frança e outros.
Começamos a escalada já visualizando as linhas em livre, oque fosse mais “fácil”, já que para mim não existe outra escalada a não ser “em livre”. Escalar é sempre em livre, escalar é escalar e artificializar é artificializar; duas coisas totalmente diferentes... Escalar é arte...
Visualizei um “S” passando por uma fenda depois acessando outra, um diedro, que nos custou muito tempo para limpar... Tentamos fixar o mínimo de proteções e essa primeira enfiada conta com apenas 2 chapas e a graduação segue em torno de 9b/c. Provei muitas vezes os passos e para não gastar muito tempo subimos pois havia muita parede pra cima. Como o hillo já havia aberto uma “variante-fuga” para o platô do escorpião, fomos direto em artificial para que pudéssemos guardar todos os equipos e mantimentos. Chegar no platô do escorpião pela primeira vez foi incrível! Que Lugar!!Fiquei maravilhado com tamanha beleza e paz... Neste platô tive noites mágicas, presenciamos uma lua cheia que marcou a conquista. Neste platô tive um volume e intensidade de sonhos que jamais tive em minha vida em qualquer lugar... Foi muito forte... incrível a energia!!!
Os outros dias foram marcados por uma “jumareada” em “L” para acessar a via que passava pela direita extrema. Acordávamos as sete da manha e demorávamos no mínimo 2 horas para começar a conquista, dia após dia... Ao meu ponto de vista seria mais fácil se seguíssemos todo o tempo pela linha da via, teríamos um pouco mais de trabalho com porta-ledge, mas no fim teríamos mais tempo para trabalhar as “cordadas”. Outro fator que atrasou muito a logística foi o fato de mudarmos o estilo depois da minha chegada. Antes toda a conquista estava sendo preparada para o “A5” que Hillo tanto almejava. Ele queria abrir o primeiro A5 passando por um teto escalonado e eu queria apenas escalar em livre aquela parede mágica. Existia um volume de equipamento que era “inútil” e atrasava todo o trabalho. Imaginem 3 a 4 jogos de camalots, 4 molhos de coperheads que pesavam muito, coisas que eu nem sabia pra que servia...rss... No final de tudo usamos apenas 2 jogos de friends para poder repeti algumas peças, mas no final das contas as enfiadas necessitam um jogo e meio... Outra coisa que nos atrasou muito foi a retinida de “cadarço” que em todas as enfiadas embaraçava. Perdíamos cerca de 30 minutos só para desembaraçar a retinida. Uma perca de tempo com materiais não organizados e super estimados nos fizeram atrasar muitos dias. A falta de comunhão e entendimento em grupo para o “fim da linha” também nos impediu de terminar a conquista mais cedo. Quando comecei a escalar tudo em livre pude perceber que o mais óbvio e mais sensato para a comunidade era abrir a primeira via em livre da parede. Em 25 anos escalam em artificial nessa parede e seria de inestimável riqueza abrir a primeira via em livre.
"Platô do escorpião e a jumareada em L "
Assim seguimos abrindo cada cordada, um dia o hillo seguia em artificial (pois não havia levado sapatilha de escalada para a parede) e eu subia de “top” livrando os movimentos e nos dias que abria, abria em livre o máximo que conseguia. Na quarta cordada escalei lances fortes de psicológico em pedra podre e micro-friends. Essa vai marcar a escalada quando forem repetir a linha... Chegando à parada quase pela noite, não enxerguei 2 buracos e bati uma parada para poder deixar a corda fixa pra rebocar material. Uma pena. No outro dia percebi que seria possível fazer a parada em móvel e assim como já tinha feito, deixei para que nesse ponto possam fazer uma parada mais segura de muitos dias se necessário. O diedro forma uma “proteção" para chuva e ventos.
Depois desse dia nas próximas enfiadas comecei a me sentir um tanto “sozinho” na parede. Nossa falta de comunicação e entendimento fazia com que me sentisse mal e uma sensação de perigo me cercava a todo o momento. Todo o dia pensava “amanha eu desço”. Mas quando dormia sonhava com a via e acordava pensando em apenas sair por cima... Havia momentos também de desconforto quando chamava pelo meu parceiro e não havia resposta, ou ouvia um dialogo como se houvesse mais outra pessoa...( Diogo não se encontrava conosco ou rebocava água e mantimentos da base para o platô). A vontade de desistir era em relação a isso e não em relação a majestosa beleza e energia do lugar como hillo relata na revista MOUNTAINVOICES. Ainda assim seguia firme em meu propósito de sair por cima e terminar minha jornada naquela parede. Tentei me desligar disso tudo e fui ganhando força quando vi que a linha se tornava expressiva e bela...
Esse ultimo diedro, após essa parada dupla/móvel foi guiada por hillo em artificial e depois subi em “top” tentando livrar os movimentos e imaginar local para proteção móvel. Essa cordada e marcada pelos delicados movimentos em parede podre e grande dificuldade na parte de cima; estimasse um 9grau. Depois uma parada mista (1 grampo e um buraco para camalot 4/5). Essa próxima cordada e linda toda em móvel e deve ser um 8c de placa toda sólida, talvez a mais prazerosa de se escalar...
Depois desse dia nas próximas enfiadas comecei a me sentir um tanto “sozinho” na parede. Nossa falta de comunicação e entendimento fazia com que me sentisse mal e uma sensação de perigo me cercava a todo o momento. Todo o dia pensava “amanha eu desço”. Mas quando dormia sonhava com a via e acordava pensando em apenas sair por cima... Havia momentos também de desconforto quando chamava pelo meu parceiro e não havia resposta, ou ouvia um dialogo como se houvesse mais outra pessoa...( Diogo não se encontrava conosco ou rebocava água e mantimentos da base para o platô). A vontade de desistir era em relação a isso e não em relação a majestosa beleza e energia do lugar como hillo relata na revista MOUNTAINVOICES. Ainda assim seguia firme em meu propósito de sair por cima e terminar minha jornada naquela parede. Tentei me desligar disso tudo e fui ganhando força quando vi que a linha se tornava expressiva e bela...
Esse ultimo diedro, após essa parada dupla/móvel foi guiada por hillo em artificial e depois subi em “top” tentando livrar os movimentos e imaginar local para proteção móvel. Essa cordada e marcada pelos delicados movimentos em parede podre e grande dificuldade na parte de cima; estimasse um 9grau. Depois uma parada mista (1 grampo e um buraco para camalot 4/5). Essa próxima cordada e linda toda em móvel e deve ser um 8c de placa toda sólida, talvez a mais prazerosa de se escalar...
"6a cordade em móvel"
Após essa cordada há uma parada em móvel em um bloco imenso e depois acessa a “franco-brasileira” que também foi escalada toda em livre e conta com lances expostos de 8 grau brasileiro... Simplesmente incrível.
Finalizamos no tempo limite, no ultimo dia senti que seria o dia do “ataque” e saímos subindo como loucos. Diogo foi incrível na logística com hillo puxando material enquanto eu subia na correria para alcançar o cume. Chegamos a ultima cordada com chuva e fiz o ultimo artificial debaixo de chuva; e a saída ao cume (uma rampa molhada) foi feita pela noite e só quem esteve la pra saber como foi adrenante.
"Parada final antes do ataque ao cume"
"Visual do Cume um dia depois da conquista..."
No final chegamos ao Refugio às 22hs totalmente cansados, mas com a missão cumprida!!! Ficou na minha memória o quanto aquele lugar e incrível e o quanto podemos nos superar em relação às pessoas e lugares. Todos os sonhos estão ai para serem vividos e tudo é possível, basta acreditar...Era um sonho poder escalar nessa parede, no vale do PNSO. Obrigado senhor!!!!!!!
No final chegamos ao Refugio às 22hs totalmente cansados, mas com a missão cumprida!!! Ficou na minha memória o quanto aquele lugar e incrível e o quanto podemos nos superar em relação às pessoas e lugares. Todos os sonhos estão ai para serem vividos e tudo é possível, basta acreditar...Era um sonho poder escalar nessa parede, no vale do PNSO. Obrigado senhor!!!!!!!
"Diogo e Juba-Claudio e Oliveira"
Quero deixar um agradecimento para o pessoal do Abrigo, e aos amigos que ajudaram no porteio do equipo ( Allan e Danilo). Todos foram de incrível importância para o acontecimento!!!! Gratidão!!!!!
*OBS: A via ainda não se encontra pronta, e os croquis são apenas rascunhos. Podem ser utilizados mas não há uma qualidade significante para um bom desempenho na investida.
...segue no próximo post “EUROTRIP 2011” os relatos sobre minha trip aqui pela Espanha com os amigos brazucas e cadenas das linhas clássicas: TWO SMOKING BARRELS e KALEA BORROCA. Desejo a todos uma boa escalada e boas ondas...
uhuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!!!!!!!!
uhuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!!!!!!!!
Lucas Marques
que isso em lucas!! ate onde vao teus limites??? abraçao e boas escaladas!! GALO.
ResponderExcluirirado Luquinha, mas deve ter sido foda... varias paradas... mandou bem nas fotos!! abrção!
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