No círculo vermelho agarras de um dos problemas do bloco e no azul a agarra do crux da linha "Tava na cara e ninguém viu"
Segundo o escalador local Gabriel, o bloco havia "rolado" impossibilitando a escalada de algumas linhas, dentre elas o famoso problema "Tava na cara e ninguém viu". Aproveitamos que o setor onde se localiza o bloco estava em nosso caminho fomos la conferir a real situação. Infelizmente a informação era legítima, o bloco não havia rolado como pensávamos mas tombado. De qualquer maneira a linha mais maneira do Grajaú (na minha opinião e na opinião de muitos escaladores) já não poderia mais ser escalada. Porém as demais linhas que se localizam na parte menos negativa ainda existem e, pelo que parece, ainda podem ser escaladas.
No círculo verde a segunda agarra da linha "Tava na cara e ninguém viu" e no amarelo a agarra do crux
Vídeo do escalador local Gabriel no problema "Tava na cara e ninguém viu" - Reserva do Grajaú, RJ.
Aproveitando a proximidade da Temporada de Montanhismo e Escalada no Estado - época do ano propícia para a prática dessas atividades devido ao clima seco e fresco - fomos subir uma das clássicas vias do "Perdidos no Andaraí". A imponente montanha, assim como os diversos boulders, fica localizada na Reserva do Grajaú e apesar de menos frequentada (em relação aos blocos) é tão clássica quanto.
Sempre que fui a Reserva foi para a prática de bouldering, mas todas as vezes senti muita atração pela montanha que forma uma bela paisagem ao fundo. Com o clima ideal e a botinha de parede afiada fui realizar essa vontade. Partimos em duas duplas sendo eu e Adriana para a clássica via "DGM" (também conhecida como "Pepe legal") e os escaladores André Godoffy e Daniel Fen para a via "Dança do Sol".
A via "DGM" e uma daquelas que se sugere para qualquer um que queira fazer a cabeça numa escaladinha de dificuldade leve e de certa forma extensa. Pelas características específicas e estéticas pode ser comparada a via "Italianos com Secundo" - outro clássico da cidade, se não a mais clássica - localizada em outra montanha, o Pão de Açúcar. Foram 3h de escalada com direito a chuva repentina, mas no final o sol manteve-se entre nuvens proporcionado um clima ameno e agradável.
Voltando ao título do post algumas áreas da cidade ainda estão fechadas - como o Parque Nacional da Tijuca e arredores - impedindo a visitação de civis. Ontem fui dar um confere na falésia da Barrinha e para minha surpresa (devido a fragilidade do local) estava tudo perfeitamente em ordem, apesar de algumas árvores caídas e pequenos deslizamentos em torno da trilha de acesso. Pelo que foi divulgado na mídia foram aproximadamente 283 pontos de deslizamento de terra somente no PNT, e pelo visto as autoridades responsáveis terão muito trabalho pela frente. Com isso teremos restrições de acesso em várias áreas de escalada até que a situação se normalize. Houveram rumores de que a chuva também afetou algumas áreas acerca da Pista Cláudio Coutinho, na Urca, inclusive alguns blocos também sofreram deslizamento, mas ainda não há nada oficial. Estive também na falésia do "Platô da Lagoa", próxima a Lagoa Rodrigo de Freitas, e o panorama era assustador. Duas grande crateras ocorridas pelo deslizamento de terra chegavam a ameaçar a base da falésia.
Assim que souber de mais notícias sobre as condições dos picos de escalada aqui no Estado passarei adiante.
EDITADO EM: 14 abril, 14:30h.
Enviado pelo Louco de Preda Thiago Antonelli, que esteve na falésia do "Platô da Lagoa" e registrou as "sequelas" deixadas pela chuva que atingiu o Estado do Rio de Janeiro, como comentado acima.
Deslizamento de terra na trilha de acesso a falésia do "Platô da Lagoa" - Lagoa Rodrigo de Freitas, RJ
Os escaladores Bernardo Biê e Inácio Xavier tentando acessar a base da falésia do "Platô da Lagoa" - Lagoa Rodrigo de Freitas, RJ.
Fotos: Bernardo Biê, Danie Fen e Thiago Antonelli
Por Bernardo Biê
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